quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Emoção

Adolescente e grávida

Ser adolescente é viver um período de transição entre criança e adulto, é vivenciar novas experiências, reformular a idéia que tem a respeito de si mesmo e transformar sua auto-imagem infantil. Ser adolescente é viver entre o "ser e não ser". É um período confuso, de contradições, doloroso, caracterizado muitas vezes por atritos de família, na escola, no ambiente em que vive. É quando o adolescente deve deixar de ser criança para entrar no mundo adulto, mundo este tão desejado, mas tão temido.

A adolescência é a fase da vida em que o indivíduo é criança em seus jogos, brincadeiras, e é adulto com seu corpo, com seus novos sentimentos e suas expectativas de futuro.

E é nesse turbilhão de emoções que normalmente a adolescente começa a entrar em contato com sua sexualidade. Portanto, a gestação na adolescência ocorre por falta de informação, por desconhecer os métodos anticoncepcionais, por não acreditar que realmente pode ficar grávida , por necessidade de agredir a família, por carência afetiva, por ansiar ter algo somente seu ou como penitência (inconsciente) por ter mantido relações proibidas.

E essa gravidez é de um modo geral enfrentada com muita dificuldade. É preciso entender que a adolescente não pode assumir o risco social de uma gravidez não planejada.
Já que a gravidez significa uma rápida passagem da situação de filha para mãe, do "querer colo" para o "dar colo". Nesta transição abrupta do seu papel de mulher ainda em formação para o de mulher-mãe, vive uma situação conflitiva e, em grande parte dos casos, penosa.

Normalmente, as adolescentes não identificam com facilidade os sintomas da gravidez e, muitas vezes, não a associam ao relacionamento sexual.

Nega a gravidez, espera a menstruação, vai ao banheiro toda hora achando que menstruou, acorda e pensa: hoje vai descer...e os dias passam.

O medo e a repressão social também fazem com que a adolescente esconda a gravidez e a barriga por causa desse medo, durante os primeiros três meses (os mais importantes da gestação) a adolescente não toma os cuidados básicos, o que pode ser um problema para ela e seu bebê. Ela não quer notar que seu corpo está diferente...toma chás, faz simpatias, promessas...e o tempo continua passando...

Passada a fase da negação, finalmente ela se dá conta de que um bebê está a caminho e normalmente está sozinha , já que o companheiro foge assustado, e a família a recrimina.

A cobrança dos pais e irmãos, abalará sua auto-estima, aumentando o seu sentimento de culpa, e ela, acuada, pode deixar de estudar e até de trabalhar.

Seu emocional é fortemente abalado, a gravidez é vivida como um momento de muitas perdas. É um corte em seu desenvolvimento, a perda da identidade, a interrupção nos estudos, a perda da confiabilidade da família, muitas vezes a perda do namorado que não quis assumir a gestação, perda de expectativa de futuro, e por fim, a perda da proteção familiar.

As adolescentes devem ser amparadas e cuidadas por todas as pessoas que as cercam (família, amigos, professores, médicos), e devem ser preparadas fisicamente e psicologicamente no pré-natal, tanto para o parto quanto para o puerpério e amamentação.

É importante que as pessoas que lidam com adolescentes tenham sensibilidade para perceber o adolescente em sua totalidade física e psicológica, respeitando suas origens, seu preconceitos e tabus.

Após o parto, é necessário que ela seja acolhida e amparada para que possa continuar sua vida e tomar conta desse filho que depende dela.

É importante que a adolescente tenha a oportunidade de juntar seus pedaços e de retomar seu papel de mulher, de adolescente e de cidadã. Precisa experimentar seu papel de mãe, e de se permitir ou não ter outros relacionamentos. Planejar sua atividade sexual, repensar sua vida escolar e profissional e desenvolver sua auto-estima para poder viver plenamente.

Clarice Skalkowicz Jreissati
Psicóloga

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

PROJETO AGAP - VISÃO GERAL

“Fortalecendo a Atenção Primária à Saúde no Brasil e no Canadá: um Projeto de Intercâmbio de Conhecimento para Equidade” é uma iniciativa baseada em anos de colaboração anterior entre Brasil e Canadá e foi desenvolvido através de uma parceria entre o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e a Universidade de Toronto.

O acordo foi firmado entre a Canadian International Development Agency (CIDA) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) sob os termos das diretivas de Iniciativas de Longo Prazo (PIPE - Long Term Initiatives) do Programa Brasil-Canadá pela Promoção da Equidade.


Metas principais

1. Contribuir para a promoção de uma maior equidade de gênero e etnia no Brasil e, ao mesmo tempo, reforçar e diversificar as relações Brasil-Canadá.
2. Promover a Atenção Primária à Saúde (APS) como o alicerce da reforma da saúde, melhorando a capacitação e o empoderamento de gestores e equipes de APS.


Resultados esperados

1. Melhoria da gestão do sistema de saúde em estados-alvo em termos de efetividade e equidade por meio da integração de gestores de diferentes níveis de gestão (estadual, regional, municipal) com as equipes de áreas especializadas e em consultoria com os Conselhos Locais de Saúde e organizações comunitárias nas áreas-alvo.
2. Incorporação dos atributos da APS (primeiro contato, longitudinalidade, integralidade e coordenação) e de aspectos da igualdade social entre gêneros e etnias na implementação das iniciativas resultantes.
3. Utilização efetiva e crescente de matrizes lógicas de planejamento, dados e informações para monitoramento de indicadores de APS (Indicadores do Pacto) e para tomada de decisão em iniciativas novas por parte de gestores nos estados onde o projeto está sendo desenvolvido.
4. Fortalecimento e diversificação da relação entre Brasil e Canadá por intermédio de intercâmbio de conhecimento para equidade nas seguintes áreas:

O Modelo de saúde da família;
O Treinamento em interdisciplinaridade e equidade para esse modelo;
O Desenvolvimento de intercâmbios sobre coleta de dados em APS para monitoramento e avaliação.


Prazo: Dois anos e 9 meses (de junho de 2008 a dezembro de 2010).

O projeto teve início na Paraíba no dia 06 de maio de 2009. As aulas estão sendo ministradas em João Pessoa e o último módulo será nos dias 09,10 e 11 de novembro de 2009.

FONTE : SITE AGAP

domingo, 1 de novembro de 2009

Acompanhamento contribui para reduzir mortalidade

O Programa de Atenção Integral de Saúde da Mulher (PAISM) foi criado na década de 80. Desde então, muitos projetos ligados à saúde feminina foram consolidados, com enfoque na atenção ao pré-natal. A melhora na atenção à saúde da mulher, como o atendimento pré-natal e o planejamento familiar, poderão ter impacto importante na redução da mortalidade materna e neonatal.

Em 8 de março de 2004, o Ministério da Saúde lançou o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, em parceria com os estados, os municípios e a sociedade civil. Esse processo foi considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma experiência modelo para outros países em redução da mortalidade materna e neonatal. Nesses dois anos de atividades, ocorreu uma queda de 8,7% da mortalidade infantil – em crianças com até 1 ano de idade – e de 7,3% da mortalidade neonatal – bebês com até 28 dias de vida.

As complicações da gestação, parto e puerpério (período que sucede o parto) constituem a décima causa de mortes em mulheres. Com um acompanhamento pré-natal e atenção ao parto adequados, consegue-se evitar a maior parte dessas mortes.

Agência Saúde

Violência contra a mulher gestante

A violência contra a mulher constitui uma das mais antigas e amargas expressões
da violência de gênero, representando inaceitável violação de direitos humanos, sexuais
e reprodutivos. Mas é igualmente necessário entendê-la como grave problema de
saúde pública. Dados do Banco Mundial revelam que a violência contra a mulher
encontra-se entre as principais causas de anos de vida perdidos por incapacidade,
superando os efeitos das guerras contemporâneas ou dos acidentes de trânsito. As
conseqüências psicológicas, embora mais difíceis de mensurar, produzem danos
intensos e devastadores, muitas vezes irreparáveis. A violência exerce grande impacto
para a saúde da gestante, com conseqüências que podem, também, comprometer a
gestação e o recém-nascido.
De toda forma, a violência pode ser mais comum para a gestante do que a préeclâmpsia,
o diabetes gestacional, ou a placenta prévia e, lamentavelmente, pode-se
afirmar que o ciclo gravídico-puerperal não confere proteção para a mulher. No
entanto, a assistência pré-natal é momento privilegiado para identificar as mulheres
que sofrem violência e, muitas vezes, a única oportunidade de interromper o seu ciclo.
O atendimento apropriado para grávidas que sofrem violência física, sexual ou
psicológica representa apenas uma de muitas medidas a serem adotadas para enfrentar
o fenômeno da violência. Entretanto, a oferta de serviços permite acesso imediato a
cuidados de saúde que podem mudar dramaticamente o destino dessas mulheres.

Fonte : Manual técnico /MS -Prénatal e Puerpério